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quinta-feira, 15 de abril de 2010

"O Mistério da Boca do Inferno" ou Fernando Pessoa e Aleister Crowley - Parte II da Conclusão (republicação)



© Pesquisa e texto: O Caminheiro de Sintra
Imagens: Lisbon Tours (1ª); Arquivo do Caminheiro de Sintra (restantes)




Não nos esqueçamos de outra coisa: a estranha foto de Aleister Crowley e Fernando Pessoa a jogarem xadrez em Sintra, quando afinal os dois nunca lá estiveram em simultâneo.

Uma explicação simples, antecede outra de igual complexidade: Sintra, o facto de ser em Sintra, foi pura especulação, ou ajuda na criação de um mito ainda maior.

De facto, a foto só poderia ter sido tirada em dois sítios: em Portugal (eventualmente Lisboa), ou em Inglaterra.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Solução d'"O Mistério da Boca do Inferno" - Parte I



© Pesquisa e texto: O Caminheiro de Sintra
Imagem: Arquivo do Caminheiro de Sintra




Tem a certeza que deseja ler a solução deste mistério? De certeza?

Pergunto isso pois o português tem a capacidade inata para preferir o fantasioso desconhecido ao cru cerne da verdade, sempre optando antes por se deixar cair em divagações acerca da vida, do que pensamentos concretos acerca da história. Bom, e não é isso o que verdadeiramente nos maravilha? O desconhecido, os “ses”, as infindáveis possibilidades, a incógnita, o enigmático, o espiritual…tudo isso gera em nós um desejo de nos recriarmos com as grandes criações do Universo, e de nos maravilhar-mos com os estranhos acontecimentos que na vida de cada um de nós sucede, raramente, frequentemente, ou em algum importante momento das nossas vidas.

Fernando Pessoa e Aleister Crowley ou "O Mistério da Boca do Inferno" - Parte III



© Pesquisa e texto: O Caminheiro de Sintra
Imagens: Arquivo do Caminheiro de Sintra




"Ano 14, Sol em Balança

L.G.P.

Não posso viver sem ti. A outra “Boca do Inferno” apanhar-me-á - não será tão quente como a tua.

Hisos!
Tu
Li
Yu"


Fernando Pessoa interpretou-a dizendo queo “Ano 14” era o ano de 1930, segundo a cronologia adaptada por Crowley; “L.G.P.” assumiu que não fazia ideia do que significaria, sendo talvez a denominação mística da Mulher Escarlate; “Hisos”, também não o sabia, embora achasse que uma palavra secreta seria, só para ser entendida por Miss Jaeger; “Tu Li Yu” era o nome de um sábio chinês que viveu cerca de três mil anos antes de Cristo, e de quem fantasticamente Crowley dizia ser sua encarnação.

Por fim, o Sol em Balança: Fernando Pessoa afirmava que o Sol tinha entrado em Balança no dia 23 de Setembro…e que logo, desse modo, essa mensagem teria sido escrita entre o dia 23 e a tarde do dia 25, quando a mesma foi encontrada.

Pessoa dizia ainda que a natureza da mensagem revelava o que tinha acontecido, pois afirmava convicto, que nenhum ocultista usaria como assinatura o nome da sua encarnação, a não ser quando esse fosse ao encontro dessa, ao encontro do seu “ser essencial” - "Sobre o fato de Crowley assinar a carta, não com o próprio nome, nem com nenhum dos seus nomes ocultos ou maçónicos, mas com o nome representativo do que considera a sua primeira encarnação representativa, ou seja o primeiro "ser essencial", também haveria algumas observações a fazer, e de algum modo viriam para o caso. O que aí está, porém, já basta".

Autores existem que dizem que Aleister Crowley desapareceu na Boca do Inferno, para até à Serra de Sintra ir, através dos subterrâneos que aí se iniciam. E se se tiver em conta naquilo que Fernando Pessoa cria ser a natureza do acontecido (de regresso ao “ser essencial”) então poderá fazer todo o sentido a quem nisso acredite.


Contudo…e nunca tendo estado Fernando Pessoa com Aleister Crowley em Sintra…e se bem que Crowley tenha ficado no Casal de Santa Margarida (ao pé do Bar Estrada Velha), há quem diga que a foto que se encontra no topo deste papel, foi tirada em Sintra, durante um jogo de xadrez entre poeta e mago.

Um mistério? Sem dúvida.

Na próxima publicação, caso queira poderá saber a resolução do Mistério da Boca do Inferno, bem como a história da fotografia de Aleister Crowley e Fernando Pessoa a jogarem xadrez num café em Sintra.

Mas…quererá mesmo desvelar o mistério e torná-lo só em história, ou prefere que a história continue pelo véu do mistério coberta?


© O Caminheiro de Sintra


Documentário sobre Aleister Crowley [inglês]:




As outras partes d'O Mistério da Boca do Inferno:

I. Aleister Crowley e Fernando Pessoa ou "O Mistério da Boca do Inferno" - Parte I
II. "O Mistério da Boca do Inferno" ou Fernando Pessoa e Aleister Crowley - Parte II
I.II. Solução d'"O Mistério da Boca do Inferno" - Parte I
II.II. "O Mistério da Boca do Inferno" ou Fernando Pessoa e Aleister Crowley - Parte II da Conclusão

"O Mistério da Boca do Inferno" ou Fernando Pessoa e Aleister Crowley - Parte II



© Pesquisa e texto: O Caminheiro de Sintra
Imagens: Arquivo do Caminheiro de Sintra (1ª); blog SWT (2ª)



Ainda no dia 18, Crowley vem para Lisboa e encontra-se com Fernando Pessoa, mostrando-se preocupadíssimo com Miss Jaeger, pois dizia que essa estava perturbadíssima e tinha o desejo de se suicidar, pois achava-se perseguida por um mago negro de nome Yorke.

Acabaram por nunca encontrar Miss Jaeger, nem a detectaram em parte alguma da fronteira, a sair do país em que momento fosse.

Crowley ficou em Lisboa até dia 23, seguindo depois para Sintra, onde iria ficar uns dias no Casal de Santa Margarida (a seguir ao bar Estrada Velha), à altura sendo a casa do dono do negócio da Shell em Portugal.

Aleister Crowley e Fernando Pessoa ou "O Mistério da Boca do Inferno" - Parte I



© Pesquisa e texto: O Caminheiro de Sintra
Imagens: Arquivo do Caminheiro de Sintra



“Fernando Pessoa e Sintra”, “O Mistério da Boca do Inferno”, ou “Fernando Pessoa e Aleister Crowley”, são as possíveis designações de um mito envolvendo as referidas figuras, a Serra de Sintra, e suas cercanias.

Nascido em Leamington no dia 12 de Outubro de 1875, de seu verdadeiro nome Edward Alexander Crowley, o mesmo de seu pai, Edward Crowley - que fez fortuna como cervejeiro e, reformando-se dedicou-se ao estudo da Teosofia - viveram durante a primeira guerra mundial nos Estados Unidos, local onde veio a escrever o Hino a Pã (nota: no fim deste post encontra-se o poema na versão portuguesa e na versão inglesa, incluindo um vídeo onde o "Hymn to Pan" é recitado) que Fernando Pessoa traduziu para a Língua Portuguesa. Assumindo então o nome de Aleister Crowler, tornou-se num afamado mago no início do século passado, tendo a sua fama sido mais conhecida pela infâmia com que os jornais de todo o mundo o descreviam, em muito devido à excentricidade de sua vida, e ao radicalismo da sua comunicação, ou as palavras e sentidos que essa sempre tomava.

Mago e ocultista, auto-intitulava-se de “Mago Therion” e também negramente de “Besta 666”. Aleister formou a Astrum Argentum (assinada "A.:.A.:.") que era uma ordem mística que publicava material visto pelos críticos da altura como perverso e satânico. Posteriormente formou também uma ordem pseudotemplária, a Ordo Templi Orientis (assinada "O.T.O"), que com a ajuda da imagem que a primeira a ser criada tinha, contribuiu para acentuar a errónea imagem e sentido que alguns espalhavam sobre a suposta perversa face dos Templários.