Imagens: Arquivo do Caminheiro de Sintra
Vídeo: O Caminheiro de Sintra
[nota em 10.03.2013: artigo em revisão]
Antas ou Dólmens são monumentos megalíticos que desejavam constituir túmulos colectivos. De origens que remontam ao espaço temporal situado entre o V e o III milénio a. C. na Europa - Época Megalítica - encontram as raízes dos seus nomes de "Dólmen" no Bretão "dol" = "mesa" e "men" = "pedra", e no Latim "Antas" seignificando "pilares que ladeiam portas". Estes monunmentos podem ser conhecidos também por "arcas", "orcas", ou "palas". Em termos de cultura popular, poderão ser também conhecidos como "fornos de mouros", "pias", ou "casas de mouros".
Tal como nos dias de hoje, também há milénios atrás Sintra apelava com a sua carismática sensualidade de mistério aos seres Humanos, à busca das respostas às perenes questões da vida Humana, e na consumação da percepção da vida não-eterna, dava-se então a abnegação e a celebração dos seres Humanos para com a Natureza ou os Deuses do Paganismo.
Mais do que um Menir que mais que guarda não é de um único sepulcro, um Dólmen ou Anta funciona como sepultura colectiva, e esta, a de Adrenunes, voltada a poente para no cessar do dia o pôr-do-sol iluminar o sepulcro de todos que nele residem, é um monumento híbrido, que conjuga elementos naturais da Serra granítica com alguns elementos arquitectónicos, tornando assim a Anta de Adrenunes em Sintra, num sítio de uma ainda maior mágica beleza.
Adrenunes no ano de 2010 |
No passado, no passado romanceado pela nossa imaginação e em muito ajudado pela História, o "Promontório de Ofiússa" (Ofiússa: como os gregos antigos designavam o território português; "Terra das Serpentes"), a "Mons Lunae" ou "Serra da Lua" segundo Ptolomeu, o “Promontório da Lua”, ou a "Cynthia" de céltica origem supostamente também ela designando "Monte da Lua", foi eregida a Anta de Adrenunes numa estrutura combinada entre o natural e a mão do homem - em escavações mais recentes foram encontradas pedras que funcionaram como cunhas no assentamento de alguns blocos de pedra - constituída por várias rochas, formando a oeste, uma abertura, uma passagem que terá servido de necrópole colectiva durante a época megalítica, estando a disposição das rochas que voltada a oeste está, orientada para o Oceano Atlântico, para o Cabo da Roca, para o pôr-do-sol, e para o pôr da Lua .
Hoje, este monumento que acolheu corpos cujas vidas já os haviam abandonado, é considerado como um monumento nacional pelo IPPAR - apesar de ainda ter um marco geodésico "plantado" numa das rochas superiores - ainda acolhe em Solstícios ou Equinócios aqueles nos quais o paganismo é a lente para verem o funcionamento do Universo, e presente se encontrando na zona mais virgem da Serra de Sintra (Peninha), servindo o local onde a Anta de Adrenunes se situa, também de caça a aves de rapina, de entre as quais se destacando a Águia de Bonelli.
Por tudo isto, caso deseje visitar a Anta de Adrenunes, tenha o máximo cuidado com o ambiente circundante, bem como o monumento em si. Faça parte desse ambiente, e sinta-o como se fosse a si mesmo, incapaz de sujar ou o prejudicar da forma que for.
O Caminheiro de Sintra
P.S.: Quanto à localização dos sítios mencionados neste blog, tive durante muito tempo a dúvida se a mesma haveria de ser aqui disposta ou não. Pela resolução positiva, peço que faça o melhor uso possível desta informação, o qual principalmente tem a ver com a preservação do património e a não poluição dos locais sob que forma for. Tendo boa fé em si, deixo-lhe aqui no mapa (seta verde - poderá ampliar o mapa para ver melhor), a Anta de Adrenunes, na Serra de Sintra, Portugal:
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