© Pesquisa e texto: O Caminheiro de Sintra
Imagens: autores Flickr (respectivamente) dB e n c h e c i; dot Whisker
O Palácio Nacional de Sintra, também conhecido como Palácio da Vila |
Após duas versões menos correntes já colocadas aqui n'O Secreto Palácio de Sintra da Lenda do Palácio Nacional de Sintra, bem como da versão de Almeida Garrett chegou a vez de expor a versão mais comum desta lenda, e que se encontra com imensa facilidade na internet.
Apenas difere das outras por ter mais detalhe - embora não muito - e por ao contrário das duas outras versões, se focar na não inocência do beijo de D. João I, ao mesmo tempo que transmite um sentimento de frieza no relacionamento de D. João I com D. Filipa de Lencastre.
Fala também de uma lenda de um dos jardins do Palácio Nacional de Sintra, também essa de contornos amorosos.
Acaba por ser um texto mais do que nos relacionamentos Humanos, extremamente focado no Eros, e revelando falta de acuidade, notório no "Pour Bien" ao invés do "Por Bem", inscrito na mensagem das Pegas:
A Sala das Pegas no Palácio Nacional de Sintra |
Certo dia, segundo reza a lenda, em Sintra, o rei esqueceu-se, e furtivamente pregava um beijo na face de uma das aias, quando apareceu logo, acusadora e grave, sem uma palavra, mas com um ar medonho, a rainha casta e loura. D. João, enfiado, titubeando, disse-lhe uma tolice: "Foi por bem!!!". A rainha saiu solenemente. Eram ciúmes? Não, ciúmes só sente quem está apaixonado, e não era o caso. Apenas sentia o seu orgulho ferido.
Rapidamente a notícia se espalhou pelo palácio, e toda a criadagem andava com a frase "Foi por bem" na boca. Chateado com a situação, o rei decidiu tomar uma iniciativa, mandou construir uma sala para a criadagem. Todos ficaram radiantes e contando os dias que faltavam para a sala estar pronta.
Finalmente chegou o dia, iam conhecer a sala. Qual não foi o espanto de todos ao verem que o tecto de tal sala estava todo pintado com pegas, que tinham escrito no bico "Pour Bien". (traduza-se por bem).
Esse palácio nacional é rodeado de jardins, um deles é o jardim da Lindaria. Reza a lenda que esse jardim era o local onde as mouras vinham, ao sair do banho, respirar a frescura do ar e o perfume embalsamado das flores. Uma dessas mouras enfeitiçou-se de amores por um cristão que ali escondido as observava. Seu marido, ao descobrir, matou-a. E dizem que ainda hoje, todas as noites a moura volta ao jardim em busca do cristão por quem se apaixonou."
© O Caminheiro de Sintra
P.S.: Quanto à localização dos sítios mencionados neste blog, tive durante muito tempo a dúvida se a mesma haveria de ser aqui disposta ou não. Pela resolução positiva, peço que faça o melhor uso possível desta informação, o qual principalmente tem a ver com a preservação do património e a não poluição dos locais sob que forma for. Tendo boa fé em si, deixo-lhe aqui no mapa (seta verde - poderá ampliar o mapa para ver melhor), o Palácio Nacional de Sintra, Portugal:
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