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1. Lendas de Sintra 2. Sintra Magia e Misticismo 3. História de Sintra 4. O Mistério da Boca do Inferno 5. Escritores e Sintra
6. Sintra nas Memórias de Charles Merveilleux, Séc. XVIII 7. Contos de Sintra 8. Maçonaria em Sintra 9. Palácio da Pena 10. Subterrâneos de Sintra 11. Sintra, Imagem em Movimento


terça-feira, 6 de julho de 2010

Versão Comum da Lenda do Palácio Nacional de Sintra



© Pesquisa e texto: O Caminheiro de Sintra
Imagens: autores Flickr (respectivamente) dB e n c h e c idot Whisker


O Palácio Nacional de Sintra, também conhecido
como Palácio da Vila

  Após duas versões menos correntes já colocadas aqui n'O Secreto Palácio de Sintra da Lenda do Palácio Nacional de Sintra, bem como da versão de Almeida Garrett chegou a vez de expor a versão mais comum desta lenda, e que se encontra com imensa facilidade na internet.

  Apenas difere das outras por ter mais detalhe - embora não muito - e por ao contrário das duas outras versões, se focar na não inocência do beijo de D. João I, ao mesmo tempo que transmite um sentimento de frieza no relacionamento de D. João I com D. Filipa de Lencastre.

  Fala também de uma lenda de um dos jardins do Palácio Nacional de Sintra, também essa de contornos amorosos.

  Acaba por ser um texto mais do que nos relacionamentos Humanos, extremamente focado no Eros, e revelando falta de acuidade, notório no "Pour Bien" ao invés do "Por Bem", inscrito na mensagem das Pegas:



A Sala das Pegas no Palácio Nacional de Sintra
"No Palácio Nacional de Sintra existe uma sala cujo o tecto está pintado com diversos desenhos de pegas. Diz-se que o rei e a rainha que lá viviam nessa época fizeram casar mais de um cento de mulheres, entrando na conta as que ele próprio casou também, seguindo tão bons exemplos. Não havia uma ligação ilícita, nem um adultério conhecido. A corte era uma escola. D. Filipa, pregando ao peito o seu véu de esposa casta, com os olhos levantados ao céu, não perdoava. Terrível, na sua mansidão, trazia o marido sobre espinhos.

Certo dia, segundo reza a lenda, em Sintra, o rei esqueceu-se, e furtivamente pregava um beijo na face de uma das aias, quando apareceu logo, acusadora e grave, sem uma palavra, mas com um ar medonho, a rainha casta e loura. D. João, enfiado, titubeando, disse-lhe uma tolice: "Foi por bem!!!". A rainha saiu solenemente. Eram ciúmes? Não, ciúmes só sente quem está apaixonado, e não era o caso. Apenas sentia o seu orgulho ferido.

Rapidamente a notícia se espalhou pelo palácio, e toda a criadagem andava com a frase "Foi por bem" na boca. Chateado com a situação, o rei decidiu tomar uma iniciativa, mandou construir uma sala para a criadagem. Todos ficaram radiantes e contando os dias que faltavam para a sala estar pronta.
Finalmente chegou o dia, iam conhecer a sala. Qual não foi o espanto de todos ao verem que o tecto de tal sala estava todo pintado com pegas, que tinham escrito no bico "Pour Bien". (traduza-se por bem).

Esse palácio nacional é rodeado de jardins, um deles é o jardim da Lindaria. Reza a lenda que esse jardim era o local onde as mouras vinham, ao sair do banho, respirar a frescura do ar e o perfume embalsamado das flores. Uma dessas mouras enfeitiçou-se de amores por um cristão que ali escondido as observava. Seu marido, ao descobrir, matou-a. E dizem que ainda hoje, todas as noites a moura volta ao jardim em busca do cristão por quem se apaixonou."



© O Caminheiro de Sintra


P.S.: Quanto à localização dos sítios mencionados neste blog, tive durante muito tempo a dúvida se a mesma haveria de ser aqui disposta ou não. Pela resolução positiva, peço que faça o melhor uso possível desta informação, o qual principalmente tem a ver com a preservação do património e a não poluição dos locais sob que forma for. Tendo boa fé em si, deixo-lhe aqui no mapa (seta verde - poderá ampliar o mapa para ver melhor), o Palácio Nacional de Sintra, Portugal:


Ver mapa maior