© Pesquisa e texto: O Caminheiro de Sintra
O Mistério da Estrada de Sintra, de Eça de Queirós e Ramalho Ortigão, para o cinema, através de Jorge Paixão da Costa |
Em 1870 Eça de Queirós e o nobilíssimo Ramalho Ortigão enviaram em anonimato para o director do Diário de Notícias, cartas que relatavam um crime passado na longa e atribulada estrada de Sintra. A populaça lisboeta chegou a amedrontar-se, tendo até medo de viajar pela estrada que saindo de Lisboa por Sete Rios, correndo Estrada de Benfica afora, e passando por Belas, levava entre três horas e meia a quatro, até Sintra chegar, onde inclusive chegaram a ser realizadas investigações da polícia, dado o aparato das misteriosas missivas.
Ao fim de dois meses o anonimato foi por fim quebrado, e mais de uma década depois (em 1884) as cartas tornaram-se no conhecido livro O Mistério da Estrada de Sintra, tomando desse modo para alguns os contornos do primeiro policial português, onde Ramalho Ortigão fica tantas vezes na sombra do brilho da fama do livro.
Ao fim de dois meses o anonimato foi por fim quebrado, e mais de uma década depois (em 1884) as cartas tornaram-se no conhecido livro O Mistério da Estrada de Sintra, tomando desse modo para alguns os contornos do primeiro policial português, onde Ramalho Ortigão fica tantas vezes na sombra do brilho da fama do livro.
Ramalho Ortigão (António Pedro Cerdeira) e Eça de Queirós (Ivo Canelas) |
Jorge Paixão da Costa tentou passar a imagem de um Eça o mais próximo da realidade possível, e, para quem Eça de Queirós conheça superficialmente através de uma ou duas obras, ou somente através dos títulos dessas, poderá achar a figura nas imagens em movimento, um pouco fora da correctidão que por vezes entre o passa-palavra se pinta, e não imaginando sequer que nas duas primeiras edições de O Crime do Padre Amaro, uma cena tão cruel como um alfinete a ser espetado em carne Humana pudesse por ele em palavras ser acutilantemente pintada.
Alguns dos locais utilizados para esta adaptação, foram o Palácio da Pena, Peninha, Monserrate e sua ermida, e a Quinta da Ribafria - para além da própria Serra e do centro histórico da Vila.
137 anos depois, assim passou a elaboração das anónimas cartas - bem como o seu conteúdo - para o prazer do anónimo público.
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Colecção Sintra, Imagem em Movimento:
::: Sintra em "A Canção de Lisboa", em 1933
::: Sintra no Cinema I
::: Sintra no Cinema II
::: Sintra no Cinema III
::: Sintra no Cinema, em Controvérsia: Dois Filmes de Jesus Franco
::: Sintra nos Anos 40 do Século XX - "Ameaça!"
::: Sintra nos Anos 50 do Século XX
::: Sintra em 1954
::: O Mistério da Estrada de Sintra - Sintra no Cinema
::: The Ninth Gate - A Nona Porta - Sintra no Cinema
::: Reportagem Cinegráfica de A.C. de Macedo - Sintra em 1926
::: "Em Cintra" - ano de 1926 por Artur Costa de Macedo
::: Drácula em Sintra (Jess Franco)
::: Combat d'Amour en Songe - Raoul Ruiz e Sintra (Quinta da Regaleira)
::: Filmografia de Sintra: de 1897 a 1960
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