colecções disponíveis:
1. Lendas de Sintra 2. Sintra Magia e Misticismo 3. História de Sintra 4. O Mistério da Boca do Inferno 5. Escritores e Sintra
6. Sintra nas Memórias de Charles Merveilleux, Séc. XVIII 7. Contos de Sintra 8. Maçonaria em Sintra 9. Palácio da Pena 10. Subterrâneos de Sintra 11. Sintra, Imagem em Movimento


domingo, 4 de abril de 2021

"Livros Lendários (1ª parte)" - Artigo de Miguel Boim no Jornal de Sintra (Lendas e Factos Lendários de Sintra)


Folha do Livro da Montaria original, que havia sido roubada em 1995.
Imagem do Ministério da Cultura de Espanha.


Livros Lendários (1ª parte)
publicado na edição de 12 de Junho de 2020
do Jornal de Sintra


    Continuando com a actualização dos artigos já publicados no Jornal de Sintra, é hoje a vez de Livros Lendários (1ª parte). Estes Livros Lendários permitem com que façamos visitas até passados distantes, como podemos observar nestes excerto do artigo:

    «...com a prática da Montaria um cavaleiro ficaria muito melhor preparado para as batalhas, ao invés dessa preparação se ficar somente pelas justas na Rua Nova, pois nestas justas o cavaleiro tinha apoios na parte de baixo do ventre que o atavam ao cavalo e os joelhos presos por faixas em redor desses. Para quem já tenha lido romances históricos com cavaleiros, estes são pormenores reais, partes do nosso passado. E até mesmo a Rua Nova era uma das mais amplas ruas de Lisboa e situava-se imediatamente a norte de onde hoje temos a Praça do Comércio, tendo ligações com essa através de ruas mais estreitas.

    A minúcia com que são descritos certos conhecimentos é soberba. Particularmente os conhecimentos de quem conseguia sentir na pele a vivências nas florestas e nos bosques. Não eram conhecimentos curtos, restringidos apenas a um mero facto como hoje tanto se vê e lê quando se olha para o passado; os conhecimentos abrangiam o passar dos quartos de hora, da neve, do sol, da altura do dia, da altura da noite...

    É explicado, por exemplo, que o orvalho...
»


    Abrindo a imagem (ou realizando download da mesma para o seu computador ou dispositivo móvel, e depois ampliando-a), poderá ler este artigo publicado na edição do Jornal de Sintra de 12 de Junho de 2020.

    Se reconhecer mérito neste trabalho de pesquisa sobre a História de Sintra - já com largos anos - poderá dar o seu contributo através do Patreon, ganhando com isso benefícios.

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sábado, 20 de março de 2021

"A Estação de Sintra e... (2ª parte)" - Artigo de Miguel Boim no Jornal de Sintra (Lendas e Factos Lendários de Sintra)


A estação de Sintra nas primeiras décadas do século XX, com o Eléctrico
da Praia das Maçãs a passar em frente, e os táxis à espera de clientes.


A Estação de Sintra e (2ª parte)
publicado na edição de 20 de Março de 2020
do Jornal de Sintra


    Após uma interrupção de quase um ano, eis que voltam a ser aqui publicados os artigos de minha autoria publicados no Jornal de Sintra.

    E retomando o lugar no tempo em que esses ficaram, aparece a continuação de A Estação de Sintra e... A primeira parte poderá ser lida aqui. E o que poderá encontrar nesta segunda parte? Deixo aqui um pequeno excerto, o qual certamente espicaçará a sua curiosidade:

    «No Reino Unido, enquanto Arthur Conan Doyle continuava a escrever os seus episódios de Sherlock Holmes – com as imagens do sucedido em Sintra, tão ao seu estilo -, o telegrama da Reuters rapidamente se espalhou por jornais de várias cidades, chegando até Glasgow, os seus títulos variando: A Courageous King, em Coventry; A Murder Prevented by the King of Portugal, em Liverpool; em Londres, somente The King of Portugal; e como não podia deixar de ser, também o título The King of Spain and the Assassin, em Devon.»


    Abrindo a imagem (ou realizando download da mesma para o seu computador ou dispositivo móvel, e depois ampliando-a), poderá ler este artigo publicado na edição do Jornal de Sintra de 20 de Março de 2020.

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quarta-feira, 4 de março de 2020

A Origem da Expressão "Andar à Boleia" || e também "ónibus", "sopas de cavalo cansado", "bus", e outras.


 
Uma carruagem / ominus londrino do século XIX.


     Hoje usamos as expressões "apanhar boleia" ou "ir à boleia", ou outras semelhantes envolvendo o termo "boleia". O que vemos nesta gravura colorida de meio dos anos de 1800 são dois boleeiros na Baixa de Lisboa.

Dois boleeiros na Baixa de Lisboa.
     Os boleeiros eram os condutores de carruagens puxadas a cavalos (para o dizer de forma mais genérica). O banco onde se sentavam tinha o nome "boleia", daí serem boleeiros.
Os boleeiros de omnibus, por exemplo, podiam por vezes levar alguém consigo a seu lado que não tivesse dinheiro para pagar a viagem, sentado na boleia. Não ia no interior da carruagem pois não tinha dinheiro, mas não tendo dinheiro fazia à mesma a viagem. A pessoa ia assim à boleia - e mais intensidade ganha este termo se imaginarmos isto a acontecer no Inverno, com o calejamento e roupas dos boleeiros para o frio e vento no topo da carruagem, ao contrário do indivíduo que ia "à boleia".

     A título de curiosidade: os omnibus eram carruagens que funcionavam como funcionam para nós hoje os autocarros. O próprio termo omnibus é um termo de Latim que significa "para todos". O nosso BUS vem do uso inglês Bus ("autocarro"), que por sua vez vem precisamente de omnibus, das antigas carruagens. No Brasil, o ónibus - aqui com grafia de Portugal - também tem a sua origem nas antigas carruagens. Mas indo ao que interessa: ao longo de várias décadas dos anos de 1800, saíam os omnibus da Rua do Ouro (na Baixa) em direcção a Sintra, várias vezes ao dia, todos os dias.
A viagem era demorada, podendo levar quatro a cinco horas. O caminho Lisboa a Sintra não era tão directo como é hoje. Naqueles tempos existiam enormes subidas e descidas, que mais enormes se tornavam para as carruagens de então a rolarem sobre piso irregular (com o boleeiro muitas vezes quase a saltar da boleia, mesmo a essa estando preso).

     Em redor, a vegetação seca, a aridez, era em si um desconsolo. Ao longo dos montes onde hoje em dia se vêem urbanizações (Monte Abraão, Rinchoa, entre outras) viam-se, no correr dos topos das colinas, linhas de moinhos como se fossem cavaleiros gigantes com seus braços e velas armadas ao vento.

     Antes, havia-se passado por um dos sítios mais belos de Portugal, como muitos estrangeiros assim o reconheceram: a Porcalhota. Nos nossos dias é algo inimaginável, mas a quantidade de relatos torna esse facto indesmentível.

     No Cacém existia paragem obrigatória. Muitas vezes encontravam-se duos ou trios de músicos, compostos por indivíduos de roupas muito pobres, a tocarem guitarra e violino, e com uma cantora a cantar à desgarrada, improvisando versos mediante o que estava a ver em seu redor - quer ambiente, quer criaturas em seus jeitos e acções.

     Os boleeiros diziam que dali para a frente seria impensável humano ou besta conseguir continuar viagem sem parar para restabelecer energias. Aos cavalos davam uma malga de vinho tinto com pão nesse mergulhado. É deste rejuvenescer dos cavalos em longas viagens que vem o famoso termo "sopas de cavalo cansado".

     Na verdade, muitas das vezes quando saíam do Cacém não eram somente os cavalos que iam embriagados, mas também o boleeiro e os passageiros.

     Por vezes, no chegar a Sintra à noite, quando ia alguém montado a cavalo à frente da carruagem de archote na mão, o fumo espesso e as faúlhas misturavam-se com o nevoeiro que ia atingindo o rosto do boleeiro no topo da carruagem, enquanto este a fazia subir e descer as inclinações de São Pedro, para finalmente chegar então à Vila.

     Outros tempos, mas tempos de andar à boleia na mesma. E tempos em que ainda se acende um cigarro com outro, como o boleeiro o está a fazer na gravuda colorida.





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terça-feira, 3 de março de 2020

"Fevereiro, Mês de Amor" - Miguel Boim, Jornal de Sintra, 20 de Fevereiro de 2020



Fevereiro, Mês de Amor
na edição de 20 de Fevereiro de 2020
do Jornal de Sintra

    Em mais um ano não resisti a utilizar a desculpa do dia de São Valentim para falar de amor. E aqui, neste caso, indo até bem lá atrás no tempo, até ao século XIV e vindo desse para cá.

    «D. Pedro certamente ficou com um sentido de justiça ainda mais apurado. Na história que se cruza com a história de Sintra vemos isso através dos dois escudeiros que roubaram um judeu que andava pelos montes a vender especiarias. Foram mandados degolar pelo Rei no Paço de Belas. Depois de apanhados, perante si, o Rei tentava extrair a verdade da boca de ambos, caminhando de um lado para o outro, vindo-lhe por vezes as lágrimas aos olhos por terem sido com ele criados e pelo fim que a injustiça que haviam cometido merecia – e que se concretizou.

Passadas décadas, o
Rapaz da Praça dos Canos é obrigado a entrar numa guerra, deixada acontecer – se assim se lhe pode indirectamente atribuir – por um...»

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quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

"A Estação de Sintra e... (1.ª parte)" - Miguel Boim, Jornal de Sintra, 24 de Janeiro de 2020



A Estação de Sintra e... (1.ª parte)
na edição de 24 de Janeiro de 2020
do Jornal de Sintra

    Se falo sempre em viagens até ao passado, desta vez são as viagens do passado que até nós chegam. Como eram as viagens até Sintra? Com que se conforto faziam? Que diferenças podemos nós perceber entre os dias que vivemos e o passado - para alguns - distante?

    «Chegar hoje a Sintra é facílimo, embora lhe possa parecer difícil segundo aquilo que são os padrões dos nossos dias. A estrada Lisboa-Sintra era uma estrada austera, desértica, com moinhos onde hoje vemos as urbanizações na Venteira, Monte Abraão, Rio de Mouro. Mesmo assim já representou um grande avanço quando no século XIX apareceu o omnibus que saía da Rua do Ouro, na Baixa, em direcção a Sintra. O omnibus era uma carruagem – das puxadas por cavalos, entenda-se – como aquelas que melhor ficam associadas à palavra “diligência”; o serviço já antes existia, mas não com o conceito com que então surgiu. O próprio termo omnibus é um termo de latim que significa “para todos”, e é também desse que vem o BUS, utilizado para transportes públicos desde o Norte da Europa até ter chegado a Portugal nos nossos anos 90.

    Na década de 1870 surgiram as primeiras...
»

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terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Isolados na Serra (3.ª parte) - Miguel Boim, Jornal de Sintra, 20 de Dezembro de 2019


Isolados na Serra (3.ª parte)
na edição de 20 de Dezembro de 2019
do Jornal de Sintra

    Finda aqui a viagem até ao passado daqueles que há muitos séculos atrás viveram na Serra de Sintra. A 3.ª parte mostra-nos - também - como lidavam com o frio de num Inverno como aquele que vivemos.

    «Na parte mais fechada de um vale que em sombra descia das colinas do Castelo de Sintra e da localização da ermida de Santa Maria da Pena (actual Palácio da Pena) e se ia lentamente abrindo e clareando, encontrava-se, há quase setecentos anos atrás, uma ermida. Nesses tempos, a cada 15 de Janeiro dirigiam-se as pessoas até esse escuro vale para cultuarem a invocação dessa ermida: Santo Amaro. Nesse mês frio, o povo usava os seus mantos e capas sobre as roupas de cores apagadas, tentando proteger-se como podia com as peles de cordeiro e de cabrito. Aqueles que de suas janelas, com o quente das lareiras por trás, miravam os que lá em baixo nas ruas enlameadas passavam, trajavam cores mais vivas e peles mais “requintadas”. Um dos que lá em baixo certo dia passou, acabara de sair de um convento no centro de uma Lisboa medieval e pôs-se a caminho desse sombrio vale na Serra de Sintra. Crê-se que seria o ano de 1374 e o seu nome era Álvaro. Com ele chegaram também dois Joões. Fugiram à crueldade da vida na cidade, e tentaram entregar-se a Deus através de uma vida eremítica na ermida e nas...»

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segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

"Isolados na Serra (2.ª parte)" - Miguel Boim, Jornal de Sintra, 22 de Novembro de 2019


Isolados na Serra (2.ª parte)
na edição de 22 de Novembro de 2019
do Jornal de Sintra

    A viagem até ao passado daqueles que aqui, na Serra de Sintra, há muitos séculos atrás viveram isolados, continua. Entre o desconforto que hoje nas nossas vidas percebemos e aquele que no passado distante descobrimos, vai a distância que não nos permite perceber que, entre esses do passado, existia quem ainda de forma mais dura tentava viver. Felizmente - para nós hoje, claro - aqui na nossa História vão permanecendo gravados.

    «Repare: ainda estamos no Outono e o frio que nos acossa faz-nos somente pensar em encontrarmos um recanto quente. E isso tendo todas as roupas tecnologicamente avançadas que hoje temos. Em casa – nas casas portuguesas, que são ambivalentemente más para Inverno e Verão – aqueles que têm aquecedores ligam-nos, aqueles que têm lareiras acendem-nas, mas tudo isso é apenas como uma rala esfera luminosa da fraca luz de uma vela numa imensidão escura. O tempo que as casas levam a aquecer é longo, e o tempo que levam a que o quente se dissipe é curto. Tenho estado só a falar dos nossos dias, sim. Mas olhemos agora para trás de nós, lá ao fundo na distância.

O interior dos sapatos com palha para os tentar tornar mais quentes, os caminhos enlameados, as roupas ensopadas e as abas dos chapéus dobradas perante a força da chuva, ou as gorras encharcadas. A maioria das pessoas não tinha acesso à variedade de mudas que nós temos hoje, nem com a mesma rapidez as secavam (tal como não as lavavam com...
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terça-feira, 5 de novembro de 2019

"Isolados na Serra (1.ª parte)" - Miguel Boim, Jornal de Sintra, 24 de Outubro de 2019


Isolados na Serra (1.ª parte)
na edição de 24 de Outubro de 2019
do Jornal de Sintra

    É no isolamento que muito em nós e também nos outros - pela sua ausência - conseguimos encontrar e compreender. Mas é também no isolamento de outros - de outros, do passado - que conseguimos perceber que por vezes a linha que divide loucura e excentricidade é extremamente ténue. Quer essa esteja relacionada com religião, espiritualidade, ou - para o caso, e relacionando isso com o passado - com a má vida.

    «"...Desgraçado. Diz um periódico de Sintra (Portugal) que foi há dias apresentado na autoridade local daquela povoação um súbdito espanhol que, atacado de uma singular monomania religiosa, divagava pela Serra de Sintra, tendo construído uma cova para a noite; comia somente castanhas cozidas e dormia em cima de umas ramas de pinheiro."

    Ainda o Parque da Pena não estava plantado, ainda nem sequer existia a Rampa da Pena, podíamos ler em castelhano a notícia que aqui transcrevi (ressurgida nos dias de hoje no Sintra Lendária). Para os espanhóis...
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segunda-feira, 7 de outubro de 2019

"O Amante Mais Rico" - Miguel Boim, Jornal de Sintra, 27 de Setembro de 2019




O Amante Mais Rico
na edição de 27 de Setembro de 2019
do Jornal de Sintra


    Qual o amante mais rico? Muitos pensarão apenas na riqueza em formato monetário. Mas tratar-se-á disso mesmo? E que outras riquezas - dentro do espectro do amor - poderão aqui por Sintra ter passado? Seria um interminável tema, mas neste artigo é possível tocar em algumas dessas formas de forma a mostrar o bizarro da vida:

    «Agora poderá estar a achar que não deverá ter percebido bem alguma parte. Teresa Guiccioli era casada? Mas como mantinha então uma relação com o poeta que nos legou das mais fogosas palavras sobre Sintra, em inglês escritas? Como atrás o mencionei, o segundo marido de Teresa gabava-se de Byron ter sido cicisbeo de Teresa. E o cicisbeo era um homem ou um rapaz que, com o consentimento do marido de uma senhora, era o amante dessa. É claro que as coisas eram mais complexas e elaboradas do que aquilo que se pode escrever apenas em duas linhas, mas basicamente tinha que ver com uma mudança de mentalidades e com a preocupação com as aparências (claro, sempre e sempre, as aparências...), principalmente no que dizia respeito ao acompanhar as modas.

     E as modas foram mudando assim como as mentalidades. E a meio do século XIX era já (...)
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sábado, 7 de setembro de 2019

"Nostradamus Por Sintra Ludibriado" - Miguel Boim, Jornal de Sintra, 30 de Agosto de 2019



Nostradamus Por Sintra Ludibriado
na edição de 30 de Agosto de 2019
do Jornal de Sintra


    Nostradamus? Mas como pode ser? Pode, e através de contornos que, apesar de não explicados por extenso no artigo (encontram-se em outro local), já mostram o que terá acontecido há cinco séculos atrás. E tudo com o ambiente que então em Portugal se vivia:

    «...para uma arena colocada onde temos hoje a Praça do Comércio, a qual era rodeada de ameias. O elefante entrou na arena e somente passados momentos foram levantados uns largos panos que colocaram a descoberto um rinoceronte que na arena já se encontrava escondido. Assim que o rinoceronte viu o elefante "fez um jeito para o índio que o trazia preso por uma cadeia comprida, como em modo de lhe dizer que o deixasse ir para onde o inimigo estava". Baixou o focinho e o corno, "assoprando pelas ventas com tanta força que fazia levantar o pó e palhas do chão, como se fosse um redemoinho de vento." O elefante – que não era ainda totalmente adulto –, apesar de uma tentativa inicial de intimidação com urros, dirigiu-se para uma das janelas gradeadas que estavam numa parte arena, torceu dois dos varões das grades – que eram consideravelmente grossas – saindo por entre essas e começando a correr para o Rossio "onde era sua pousada, não tendo conta com coisa que achasse diante, assim homens de pé como de cavalo, que perante todos passava, fazendo tamanha revolta que, com os brados que davam uns aos outros que se guardassem, parecia que era alguma batalha  (...)»

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